sexta-feira, 30 de julho de 2010

Local hero

A propósito de Mark Knopfler, fica aqui o tema principal do filme Local Hero, que valerá a pena rever (deve existir em videoclubes) - a Escócia no seu melhor, numa história antiga mas muito actual. E as músicas de Knopfler como pano de fundo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

antropólogo, arqueólogo, remador, actor, romancista e músico!


James Hugh Calum Laurie nasceu em Oxford, em 1959. Mais conhecido pelo papel de Gregory House, o médico cínico e sarcástico mas infalível, amargo mas com razões para estar de mal com a vida, é filho de um médico, estudou nas mais prestigiadas universidades britânicas (Eton e Cambridge) e fez parte da selecção inglesa de remo.


Esteve ligado a Emma Thompson, desde os tempos de Cambridge, alargando a parceria depois a Stephen Fry. Casou em 1989 e tem três filhos, de 22, 20 e 18 anos.

Além de ser actor, escreveu um livro: "The Gun Seller" - li e gostei.

Tem licenciaturas em Antropologia e Arqueologia, e toca muito bem piano e guitarra.

Pois o Doctor House, aliás Hugh Laurie, anunciou ir lançar um disco mo Outono.

Goste-se ou não da série, é sempre bom ver pessoas multifacetadas.

Fica aqui uma música composta pelo actor (músico), dedicado a Cuddy, cujo traseiro é constantemente gabado pelo famoso médico.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vincent Van Gogh

Há 120 anos, Vincent Van Gogh disparou contra si próprio, vindo a morrer dois dias depois.
Fica aqui um poema que fiz em 1975, depois de visitar o Museu Van Gogh em Amsterdam.

MUSEU VAN GOGH


Aqui neste negro cemitério
rodeado de bruma e de mistério
jaz Vincent Van Gogh
que, num acto de loucura
disparou um tiro à queima roupa
trocando uma vida que julgava pouca
por uma estreita e escura
sepultura.

Neste jazigo de betão
dois metros abaixo do chão
jaz Vincent Van Gogh.
Já não tem tinta nem cor
não tem ódio nem amor,
é apenas o que resta
de uma aposta perdida
com a vida.

Neste covil pardacento
forrado de madeira e de cimento
jaz Vincent Van Gogh
Das mãos com que desenhava os esboços
restam ossos.
Pobre Vincent.
Roído pelos vermes, pelos ratos
ja não pintas mais autoretratos.

Fechado para sempre numa cela chã
longe de Théo, de Gauguin,
das tintas, dos pincéis,
do cavalete,
já só tens como amigos fiéis
a chuva e o vento
enquanto nós, compramos um bilhete
e num museu com ar condicionado
admiramos sabiamente os teus quadros
ignorando o teu sofrimento.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

férias - blogue a meio-gás


crédito imagem: www.hanselmannphotography.com

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.

Fernando Pessoa
 
 
Vou de férias. O Blogue irá tendo entradas conforme a inspiração mas, sobretudo, o ter ou não rede.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

em homenagem ao Paul


Arroz de Polvo
Mosteiros, São Miguel

Quando te vejo a descer
A caminho dos Mosteiros
Sabes-me a vinho de cheiro
E a pão de trigo a cozer
Moves-te como uma fada
Está o polvo no fumeiro
Quando desces o carreiro
Vejo-te ao longe na estrada


Quem me dera ser o banqueiro
Que guardasse esse teu oiro
Oxalá fosse o bombeiro
Que apagasse esse teu fogo
Labareda em labareda
Do teu lume, tua lava
Jogo as cartas do teu jogo
Dorme o polvo já na brasa

O tinteiro onde mergulhas
A caneta com que escreves
O trigo que tu debulhas
E que torna o pão mais leve
Quem me dera ser o herdeiro
Das vistas do teu olhar
O polvo está no fogueiro
E o arroz quase a estalar

Mas o céu está de aguaceiros
E tiveste de voltar
Não foi hoje que me viste
Terei mais é que esperar
Sabes a vinho de cheiro
Como é belo o teu andar
Quando vens pelo carreiro
A caminho de Mosteiros.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

LX Factory

Crédito imagem: http://guiadanoite.net

As cidades têm um dinamismo muito próprio e, por vezes, quando estamos distraídos com outras coisas ou demasiado ocupados em ver os aspectos negativos, esquecemo-nos de observar o que de bom se vai fazendo.

Os edifícios do antigo complexo industrial de Alcântara estavam ao abandono quando o projecto Lx Factory decidiu instalar-se ali, a cargo de criativos nas áreas da moda, publicidade, design e artes plásticas, bem como a Livraria Ler Devagar ou o Restaurante Cantina LX.

Com um projecto cultural vasto, desde música a festas,  inaugurações e lançamentos, e com um horário alargado até às 24h (ou mesmo 2h da madrugada), o espaço está a crescer, em todos os sentidos.

Foi aproveitado o mobiliário que restou da antiga Gráfica Mirandela, o que permitiu um ambiente que une o passado ao presente. Digamos que tem o charme do Musée d´Orsay como se fosse em plena baixa de Amsterdam. Mas é em Lisboa!

Visitem. Recomendo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Poema de Julho - Jaime Rocha

Crédito imagem: fr.academic.ru/pictures


Poema de Julho na Morte de Sophia


A sua voz irrompe das palavras
como uma cortina branca.


Uma voz que se prolonga nos riscos da areia
e mostra a boca oculta da água,
a mesma água que corre sobre as mãos
contra o rochedo da morte.
O sol de Julho bate na superfície do mar
como uma dança. Uma estátua renasce
num jardim de relva ao cimo dos ciprestes.


Como se estivesse num altar, na Castália,
nas montanhas douradas onde os poetas
param para beber nos pequenos sulcos.
A poesia espalha-se pelos cantos do deserto
como um pássaro de fogo fugindo das cidades.
A sua voz solta-se dos degraus como num teatro
construído para um deus.
Tapada pelas ervas, na sombra das árvores
queimadas, sob o templo de Delfos, as palavras
cobrem o brilho da luz, vestem a paisagem
com os lábios, choram, caminham para o mar.
Ítaca, o instante de um barco, o silêncio
e a cor do vinho.


Tudo se passa no olhar incendiado
da Grécia. A morte do seu corpo,
a claridade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

nascer do Sol na praia


Fotografia: Sofia Knapic

É um espectáculo raramente visto, a não ser pelos que se têm que levantar muito cedo, para ir trabalhar à cidade, deixando a família ainda a dormir, ou pelos que, noite fora, vão deixando correr o tempo até serem seus senhores, e poderem presenciar este espectáculo magnífico.

Nasce o Sol e a areia fica tinta de ouro. O dia amanhece, e com ele todas as esperanças.

Vale a pena (uma vez por outra) acordar mais cedo, assistir ao nascer do dia na praia, ir comprar pão ainda morno e saboreá-lo, com uma chávena de café com leite bem quente. As gaivotas brincam na areia e os minutos parecem não ter pressa.

Nasce o Sol na praia. A própria natureza ainda goza o seu fruir mais tranquilo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

para fruir


Katie Melua, numa música que mostra bem as suas enormes capacidades líricas. Vale a pena ouvir com atenção este "When you taught me how to dance".