Não compreendo como é que se vai para o mar - ainda ontem o vi, alto, tenebroso, traiçoeiro, sem a minima protecção, sem salva-vidas, sem coletes, sem boias, sem alertas, sem nada....acho que os nossos pescadores são os eternos fatalistas, que jogam a vida todos os dias.... Não me entra na cabeça porque é que não é obrigatória segurança no trabalho, precaução, apoio imediato, certeza de que há alguém preocupado....só depois da desgraça é que se chora e gastam balurdios a encontrar os corpos no meio do palheiro. Isto irrita-me e choca-me. Desculpa!
Mar imenso, carregado de mistério, que nos levou quatro homens. Quantos mais la estão,... mais levará? Ribamar está de luto,sombria, entristecida... A dor não passará! Mar imenso, melancólico, belo e forte... Carregado de vida, sustento, e por vezes...morte!
Pois é, Ana. Tragédias em percursos de vida que são ceifados prematuramente. Ainda hoje mais um pescador desapareceu no Cabo Carvoeiro.
Há dias ouvi um comentário sobre os subsídios, que embora existam chegam tarde, pelo que as pessoas não podem esperar e arriscam. Só que as tragédias nem sempre acontecem só aos outros.
Detesto este sentimento de fado -não gosto da canção em si - acho que torna as pessoas tão conformadas e tristonhas. Há dias recebi dum amigo argentino um PP com fotos de tango e música a acompanhar e o tom era alegre, vistoso, incomparavelmente mais interessante do que a nossa imagem da mulher de xaile preto a chorar a morte do marido ou o fim dum amor. Uma coisa é um bombeiro morrer ao socorrer uma vitima na Madeira - é uma tragédia, mas ele é um heroi - outra é sair para o mar em busca de pão num dia de temporal. Não hà direito.
Pergunta ao luar, do mar à canção Qual o mistério que há na dor de uma paixão. (Catulo da Paixão Cearense Brasil 1863-1946)
Raios de Lua
Conteúdo
Neste Blogue partilhar-se-ão poemas, fotografias e pensamentos, especialmente relacionados com a música.
O porquê deste Blogue
Vinícius de Moraes escreveu que "a Vida é feita de Música, Luar e Sofrimento". Acho que o último epíteto, apesar de poder ser verdadeiro, não o é tanto como a Poesia. Daí o nome deste Blogue, aproveitando a frase do Poeta, onde se pretende partilhar arte, emoções e sentimentos.
4 comentários:
Não compreendo como é que se vai para o mar - ainda ontem o vi, alto, tenebroso, traiçoeiro, sem a minima protecção, sem salva-vidas, sem coletes, sem boias, sem alertas, sem nada....acho que os nossos pescadores são os eternos fatalistas, que jogam a vida todos os dias....
Não me entra na cabeça porque é que não é obrigatória segurança no trabalho, precaução, apoio imediato, certeza de que há alguém preocupado....só depois da desgraça é que se chora e gastam balurdios a encontrar os corpos no meio do palheiro. Isto irrita-me e choca-me. Desculpa!
Mar imenso,
carregado de mistério,
que nos levou quatro homens.
Quantos mais la estão,... mais levará?
Ribamar está de luto,sombria, entristecida...
A dor não passará!
Mar imenso,
melancólico, belo e forte...
Carregado de vida, sustento, e por vezes...morte!
Até Breve
Ana Bianco
Pois é, Ana. Tragédias em percursos de vida que são ceifados prematuramente. Ainda hoje mais um pescador desapareceu no Cabo Carvoeiro.
Há dias ouvi um comentário sobre os subsídios, que embora existam chegam tarde, pelo que as pessoas não podem esperar e arriscam. Só que as tragédias nem sempre acontecem só aos outros.
Um abraço para Ribamar.
Não seriam estas tragédias evitáveis por vezes?
Detesto este sentimento de fado -não gosto da canção em si - acho que torna as pessoas tão conformadas e tristonhas. Há dias recebi dum amigo argentino um PP com fotos de tango e música a acompanhar e o tom era alegre, vistoso, incomparavelmente mais interessante do que a nossa imagem da mulher de xaile preto a chorar a morte do marido ou o fim dum amor.
Uma coisa é um bombeiro morrer ao socorrer uma vitima na Madeira - é uma tragédia, mas ele é um heroi - outra é sair para o mar em busca de pão num dia de temporal. Não hà direito.
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