Fotografia: MC
... e da Árvore e da Primavera, aqui ficam dois poemas meus, publicados há 12 anos em "Àvido de Luz", antecedidos de um dos mais bonitos hinos ao que é "ser poeta".
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
A minha poesia
tenta chegar ao fundo
do mundo
e dar-lhe a compreensão
e a harmonia
que desejaria
sem fim...
Em vão!
A entropia
está dentro de mim.
Sou um ser aflito
ávido de luz, inconsistente,
em permanente
conflito
com a razão.
Escrever poesia
é brincar com as palavras
Misturar as letras
com as ideias
Gerir os conceitos
e as imagens
Eleges um tema
Escreves um poema
Inventar poesia
é brilhar com as palavras
Ver o mundo
de forma diferente
Ir ao profundo
do tempo real
Sentes a calma
Projectas a alma
Fazer poesia
é brindar às palavras
Gastá-las, usá-las
fazê-las, gozá-las
Dás um toque musical
Assinas no final
Ei-la completa.
Tornaste-te poeta.
Mário Cordeiro
1 comentário:
Bom dia Poeta.....
desta tua irmã mais arvorada em pintar...árvores....
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