domingo, 25 de abril de 2010

Viva a Liberdade!

10 comentários:

Pedro Cordeiro disse...

Bela música, lindo dia. Vinte e cinco de Abril sempre!!!

Virginia disse...

Que clichés, sobrinho.

Gostava dessa música muito antes do 25/4 e infelizmente a lavagem ao cérebro feita através dela caiu-me mal.

Prefiro outras do Zeca tão bonias ou mais do que essa.

Alem de que que Grandola para mim represntava 40 graus à sombra nas viagens para o Algarve com os miudos a chorar e a pedir água a toda a hora.

Liberdade temo-la sempre, mesmo quando nos tiram o espaço, quanto mais nao seja a de pensar!!

Bom 25!!

Anónimo disse...

Não deixo o poema do Ary dos Santos ?As portas que Abril abriu' por ser longo demais, mas fica a letra de uma canção que, na altura, nos tocava a todos (não sei postar vvídeos):

Somos Livres
Ermelinda Duarte

Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.

Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.

Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.

Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".

Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.

Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

Mário disse...

Foi um dia incrível. Lembro-me de todos os minutos.
É ngraçado como algumas pessoas ainda se dizem "contra o 25 de Abril", como se alguns desmandos que ocorreram depois fossem da responsabilidade do 25 de Abril.
Mas para tal, porventura, terá contribuído a apropriação que algumas forças (até reaccionárias, em termos estritos, como o PCP) quiserem fazer da data. E o PREC que se seguiu.
Ainda ontem ouvi a inefável Maria de Medeiros, com o ar mais arrongante deste mundo (mas saloio ao mesmo tempo), dizer: "era um bar muito frequentado pela malta ligada a Abril". Depois da bodega de filme que fez sobre o evento bem devia era estar calada.
Mas, para mim, 25 de Abril quer dizer Liberdade. Apenas liberdade. O resto veio depois, é do 26 de Abril, e porventura decorre inexoravelmente da existência da liberdade.

Anónimo disse...

Hoje (já ontem) no espectáculo do Coliseu organizado pela A25A lá foi a senhora desta vez cantar e, realmente, ainda é pior do que atreás da câmera...

Quanto aos maldizentes do 25 de Abril, esquecem-se que tal não tivesse acontecido, não poderiam dizer mal dele e de qualquer coisa. Lá dizia JC 'coitados dos pobres de espírito'...

Virginia disse...

Ainda mais do que a a Liberdade, penso que o progresso deveria ter sido a marca indelévl do 25 de Abril. Em muitos casos, o país progrediu imenso, noutros houve grandes deslizes e a esquerda é tão culpada deles como a direita, penso que falharam em muito os ideais de Abril ( será que os havia?). O país continua pobre em espírito e não só.
Comemoramos a data, mas infelizmente a situação não é para grandes comemorações.
Tenho orgulho nos meus filhos porque trabalham para fazer evoluir o país e não interessa se são de direita , do PSD, do PS ou in between. Interessa-me que sejam patrióticos e que esteja dispostos a viver no país e a fazê-lo andar para a frente. Foi isso que tentei fazer durante toda a minha vida e é esse o espírito que tanto o Pai como eu tentaram incutir-lhes. Comemorar datas é apenas um escape para muitos que não tem mais nada para comemorar.

Anónimo disse...

Sou e serei sempre contra qualquer tipo de ditadura e sempre, sempre a favor da Liberdade. Mas a liberdade com respomsabilidade, com respeito pelo outro, com educação, com civismo, com tolerância, não com mortes, com violência, com agressões, com rancor, com inveja, com vingança, com fanatimso, com roubos.
Sou daquelas que acha que o regime de Marcelo estava caduco, sim, e que precisava de uma reforma séria e urgente, e havia valores que não podiam de forma laguma continuar, mas não concordo e não me revejo na "maneira" como foi feito o 25 de Abril. Para mim, e para a minha família, trouxe muito sofrimento, angústia e incerteza, e ainda a ele hoje devo a morte do meu avô paterno.

Quanto à canção, linda, linda, mas completamente "maltratada"!

Catarina

Virginia disse...

Durante o ano de 74-75, o país perdeu quase tudo o que havia sido construido mesmo sobre o poder ditatorial de Salazar. Na educação - falo do que sei - foi a destruição pela destruição. A liberdade não pode ser total, como foi nesses anos, em que os alunos nos liceus de Lx andavam com matracas e convocavam RGAs para não ter aulas, saneavam professores de quem não gostavam, enfim achavam que a Liberdade lhes dava Poder.
Fiz parte do conselho de gestão do Mª Amália, liceu com 3000 alunos e 200 profs nesse ano e aprendi uma coisa. Tão ditadores são os que impôem limites à liberdade como os que se arvoram em mártires da dita cuja.
No dia 11 de Março fui para o Carmo com colegas meus de esquerda e como não me manifestava, houve uma mulher que me agarrou no braço , ergueu-o à força e disse: Camarada, canta LIberdade!!

Foi o fim do meu esquerdismo para todo o sempre.

O Povo a ordenar não é comigo.

A inteligência das massas é igual à inteligência do elo mais estúpido que delas faz parte.

Mário disse...

Catarina: os desmandos que aconteceram nos primeiros tempos da democracia não foram liberdade nem 25 de Abril, mas a tentativa de imposição de uma nova ditadura (ou de novas, dado que vinham de vários sectores). Não confundamos o 25 de Abril com o 11 de Março, por favor.
Aliás, quanto ao regime de Caetano, teve a sua oportunidade em 1969, quando das eleições - não evoluíu, pelo contrário, deixou-se mais e mais ficar nas mãos dos ultras, representados por Américo Thomaz e Kaulza de Arriaga.
Tanto foi (nunca cairia só nem evoluiria) que a ala liberal (Sá Carneiro, Miller Guerra, Balsemão e outros) saíram por não acreditarem na evolução.
Os ataques a "patrões" não são responsabilidade da democracia - são actos de selvajaria e casos de polícia, que gozaram de algum apoio popular porque, não esqueçamos, muitos portugueses foram duramente oprimidos, humilhados e ostracizados.

O regime salazarista-caetanista pode ter sido muito suave para as classes média-alta e alta, mas para a maioria dos portugueses era uma ditadura ignóbil, estúpida e, ao contrário da espanhola, com uma visão ultramontana e provinciana do modelo de desenvolvimento. Alguma evz uma ditadura pode evoluir apra uma democracia sem rotura? Nunca aconteceu em parte alguma.

E havia a Guerra, onde morreram pessoas, como o meu cunhado, e que tanto sofrimento causou a uma geração inteira, sobretudo aos homens, que lá malhavam com os ossos (as mulheres que não estiveram lá nunca saberão o que é viver a guerra por dentro) ou, como no meu caso, viver sempre com o espectro de ir quatro anos para Àfrica de armas na mão.

Defendo o 25 de Abril pelo que permitiu. Reprovo (e lutei contra isso na rua e em acções de bastidores, pelo que posso falar) todas as acções de violência, desrespeito, injustiça ou anti-democrática. E se contabilizarmos as pessoas que morreram, foram-no sobretudo por acções da direita, desde a PIDE, no dia 27, ao MDLP e redes bombistas, ou da extrema-esquerda ditatorial, como as FP25 em que o camarada Otelo parece ter sujo bastante as mãos.

Por isso é que lutei contra o PCP e neste momento, ao ver da minha janela a Alameda, fico contente por ter estado aqui numa altura em que o futuro era incerto, mas do lado ecrto da barricada.

Mário disse...

Catarina
O que aconteceu com a tua família é a todos os títulos lamentável e mostra que não chega certos figurões afirmarem-se como "anti-fascista" para deixarem de ser, eles mesmos, fascistas.

Muita gente sofreu com essa gentalha, que se dizia "de esquerda" e que pensava poder ficar com os bens dos outros por assalto. Eram assaltantes. E causaram muito mal a muita gente, como foi o caso de pessoas da tua família.

Felizmente isso teve um ponto final, graças aos verdadeiros democratas e aos verdadeiros seguidores do 25 de Abril.

Hoje, quando vemos Rendeiros e Loureiros, JP Soares, Mexias e outros boys e girls, que "assaltam" as empresas públicas e privadas, também fico a pensar se no fundo não são iguais a esses "representantes dos trabalhadores", mesmo que com mais "charme e simpatia".