quarta-feira, 31 de março de 2010

Páscoa - tempo para as Paixões de Bach - 3


O final da Paixão segundo São Mateus, o coral Wir setzen uns mit Tränen, pelo Coro de Bach de Munique, dirigido pelo imortal Karl Richter. Apesar de ser uma música de adeus, de fim, de luto, Richter consegue ir buscar uma força pujante, resgatando a esperança de um qualquer amanhã. A vida bate o pé à morte e promete voltar. Final de uma obra de quase três horas de duração (a mais longa que Bach compôs).

Pessoalmente, prefiro esta versão, cheia de garra, a outras mais melancólicas e, diria, desistentes.

terça-feira, 30 de março de 2010

Páscoa - tempo para as Paixões de Bach - 2

Coro da Catedral de Colónia, sob a direcção de  Eberhard Metternich


Continuando a partilhar algumas das árias de que mais gosto, das Paixões de Bach (segundo São Mateus BWV 244 e São João BWV 245), aqui fica a ária "Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine", uma das mais tristes mas mais sublimes da Paixão segundo São João.

Páscoa - tempo para as Paixões de Bach - 1


A Ária Haupt voll Blut und Wunden, da Paixão Segundo São Mateus BWV 245 (Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum), acima na versão do King´s College Choir, de Cambridge.
Abaixo, na versão da Família Von Trapp, nossa conhecida de "A Música no Coração" (demora um bocadinho a carregar).

domingo, 28 de março de 2010

o Nirvana aqui tão perto...

Duas horas de intensa jardinagem - as ervas daninhas cresceram, mesmo com o frio. Os braços doem, mas as plantas e os arbustos, quase julgados mortos pela rigidez do Inverno, estão a renascer por todos os poros. E o sol, quente, generoso, a fazer-me crescer por dentro.

Depois, quando os braços já estão cansados de tanto mondar, podar, arrancar, cuidar, um Muralhas de Monção fresco (gelado), e atirar-me à cozinha. Legumes, salmão, gambas, num prato que, tal como o "piano-cocktail" de "L´écume des jours", de Boris Vian, sai conforme a inspiração e os sentimentos.

A "Paixão Segundo São Mateus", de Bach, em volume bastante alto, dá a conformidade.

Tudo isto com o sorriso cúmplice, terno e quase matreiro da pessoa amada.

Duvido que o Nirvana seja diferente...

sábado, 27 de março de 2010

Fotografia: MC

A Primavera trouxe-me um pardal, a dar os bons-dias. Vantagens de acordar no campo. O Mundo foi, por momentos, este. O de um pardal humilde e simples, calmo e tranquilo, apenas a desejar uma boa Primavera.

Boa Primavera também para ti, Pardal, e que não acabes no goto de algum gato mais malandreco!

quinta-feira, 25 de março de 2010

ir

Foto: MC


Hoje apetecia-me viajar. Entrar num avião e zarpar. Para onde? Não sei e porventura não me interessaria (dentro de certos limites, claro). Mas mais do que "para onde ir" era "ir". Simplesmente ir.

Há dias assim!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tina Dico - uma cantora com futuro


Tina Dico (de seu nome Tina Dickow), nasceu a 14 de outubro de 1977 em Aarhus, na Dinamarca.

É uma cantora e compositora inspirada por artistas como Bob Dylan e Leonard Cohen que tem ganho alguns prémios.

Desconhecia completamente a sua existência, mas um dos nossos "leitores residentes", Sérgio Paixão, enviou-me a referência. Aqui fica, para conhecerem novos intérpretes e novos avanços no campo da música.

terça-feira, 23 de março de 2010

grande Alice! grande Tim!

Os dois contos de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, são provavelmente tudo menos contos para crianças. Claro está que as crianças gostarão de os ler ou, como actualmente, os ver transpostos para o cinema, mas a profundidade da mensagem de Alice só pode ser entendida por adultos. E adultos com uma larga capacidade de análise, de conhecimento dos comportamentos humanos e das relações interpessoais e sociais, e ainda dos costumes da Inglaterra vitoriana.
Tim Burton, ao adaptar o tema para o cinema, mantendo-se suficientemente fiel à história consegue um filme muito bom - alguns críticos ficaram desiludidos pelo "sabor a Disney" mas eu, sinceramente, acho que esse aspecto (muito relativo) só engrandece ainda mais a obra. Exemplar a dissecação das relações fraternais, a luta do Bem contra o Mal, a exemplificação do narcisismo omnipotente e, afinal, a grande questão: "vale mais a pena mandar por sedução ou pelo terror". Ou, ainda: haverá terceira via? Uma excelente peça sobre a liberdade individual, a rotura com o determinismo histórico ou do percurso de vida mas, principalmente, quase duas horas de grande entetenimento e gozo. E que naipe de actores, com relace para a raínha Vermelha e para o Chapeleiro Louco. Dá gosto ir ao cinema!
T

Jardim do Campo Grande

Lisboa tem pedaços de beleza espalhados por todo o lado. Às vezes tão perto, quanto uma ida a pé de uma Universidade para casa, ou um tempo de espera por um qualquer autocarro.

Aqui ficam alguns registos:

domingo, 21 de março de 2010

Primavera


É impossível, ao pensar na Primavera, não relembrar Vivaldi. Embora o compositor seja muito mais do que as conhecidas (e muito usadas "Quatro estações"), não há dúvida de que este concerto é um ex-libris incontornável.

Fica também uma obra bastante mais recente e noutro registo: High School Music 3, no musical da Primavera. Porque a Primavera é de todos, e no seu início, o dia é igual para todos os seis milhões de milhões de habitantes do Planeta... pelo menos na sua dimensão temporal.

no Dia Mundial da Poesia


Fotografia: MC

... e da Árvore e da Primavera, aqui ficam dois poemas meus, publicados há 12 anos em "Àvido de Luz", antecedidos de um dos mais bonitos hinos ao que é "ser poeta".


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!


E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca


A minha poesia
tenta chegar ao fundo
do mundo
e dar-lhe a compreensão
e a harmonia
que desejaria
sem fim...

Em vão!

A entropia
está dentro de mim.

Sou um ser aflito
ávido de luz, inconsistente,
em permanente
conflito
com a razão.


Escrever poesia
é brincar com as palavras
Misturar as letras
com as ideias
Gerir os conceitos
e as imagens
Eleges um tema
Escreves um poema

Inventar poesia
é brilhar com as palavras
Ver o mundo
de forma diferente
Ir ao profundo
do tempo real
Sentes a calma
Projectas a alma

Fazer poesia
é brindar às palavras
Gastá-las, usá-las
fazê-las, gozá-las
Dás um toque musical
Assinas no final
Ei-la completa.
Tornaste-te poeta.


Mário Cordeiro






sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia do Pai

"Pai e Filhos" - Egipto, 4000 AC



Linha isoeléctrica




Chegou a hora
Mas ainda olho para ti
Uma última vez.


O meu olhar demora
E descubro que gosto de te olhar.
Estás sereno
E tão calmo
Que, tolice,
Diria até que sorris
Com marotice.


Pego-te na mão.
Cabe inteira
Na palma da minha mão.
Pareceu-me que murmuraste algo
Mas não.
A tua face permaneceu imóvel
Como a de um fidalgo
Olhando-me com altivez


Só eu e tu.


Os outros saíram
Mandei-os sair, desta vez.
Para que o silêncio
Cru
Do nosso olhar
Fosse um momento singular:

Só eu e tu.


Chegou a hora.
Não sei como te chamas
De onde vens
Para onde irás.
Se para os píncaros dos céus
Se para as entranhas do ser
Não creio que haja um deus
Que te possa valer.
Não sei quem és
Nem quem serás
Mas vi que o teu coração já não bate
E que o teu corpo sofreu um cheque-mate.


Chegou pois a hora de partires
De eu te libertar
De tu me libertares.
Goza por mim os cometas e as estrelas
Abraça por mim as coisas que são belas
Ri-te por mim das fábulas milenares
Mas igualmente das histórias mais singelas.


Só eu e tu.


Chegou a hora
E a hora do adeus tem de ser breve.
Vou assinar a ordem
Para, assim leve
Te libertares
E viajares
Pelo espaço infinito.
Quanto ao resto
Não te preocupes
Será meu, o conflito.
Eles vão chorar
E rezar
E sentir raiva.
E vão sentir a brutalidade
Da indignação.
E vão chorar
E chorar
E chorar!
Até perceberem
Com tranquilidade
Que estás a viver, com paixão,
No coração
Da Estrela Polar.


Não sei de onde vens
Nem para onde vais
Lá fora estão os teus pais
À espera de notícias
Virão em breve dar-te as últimas carícias.


Vai
Vai
Chegou o momento de partires
Vou libertar-te do espartilho
E dos derradeiros nós
Eu e tu.


Sós.


Como se eu fosse o pai
E tu meu filho.


MC

segunda-feira, 15 de março de 2010

a morte de Jean Ferrat - mais uma machadada na Língua Francesa e nas memórias de uma geração


Órfão aos 11 anos, quando o pai foi deportado para Auschwitz e aí morreu, Jean Tenenbaum foi perseguido e evitou a morte ao ser protegido por um grupo de comunistas da resistência francesa - a ideologia comunista marcá-lo-ía para sempre.

Aos 15 anos abandonava os estudos para poder trabalhar, por necessidade da família, mas aos 20 abraçava a música, que sempre foi o seu destino e a sua preferência. Primeiro o jazz, depois a chanson. Ainda foi Frank Noël, antes de se crismar Ferrat, nome tirado da sua terra natal: Saint-Jean de Cap-Ferrat.

Abraçou os poemas de Louis Aragon, outro militante comunista, tendo casado em 1961 com a cantora Christine Sèvres, ano em que publicou o seu primeiro album. Christine morreria aos 50 anos.

Há dois dias, foi a vez de Jean Ferrat, aos 80 anos. Um cantor de resistência, quase "maldito", na senda de Leo Ferré ou de George Brasssens.

Comunista, crítico da União Soviética e dos métodos estalinistas, deixou a sua posição bem marcada neste poema:

Ah! ils nous en ont fait avaler des couleuvres
De Prague à Budapest de Sofia à Moscou
Les staliniens zélés qui mettaient tout en œuvre
Pour vous faire signer les aveux les plus fous.
E fica também uma das suas melhores canções, na minha opinião: Hereux celui qui meurt d´aimer, com um poema de Louis Aragon:

quinta-feira, 11 de março de 2010

Este quadro de Pieter Breughel, o Velho, sempre me fascinou. Breughel nasceu nos Países Baixos há quase 500 anos, tendo vivido 44. Pintor de cenas campesinas, desde festas, casamentos e jogos tradicionais, a aldeias e paisagens bucólicas e rurais, o que me encanta em Breughel é o traço arrebatador e inovador, que poderia situá-lo, em algumas das suas pinturas, em qualquer século da Humanidade, como a "Torre de Babel", "Jogos de Crianças", "Parábola dos Cegos" ou "Casamento Paisano".

Vi o quadro "Caçadores na neve", aqui representado, em Viena, no Kunsthistoriches Museum, em 1974. Apaixonei-me por ele. Um ano mais tarde, em Amsterdam, descobri uma loja da Athena (então desconhecida em Portugal) e comprei um enorme poster que passeou comigo de combóio, no resto da viagem de Interrail, conseguindo fazê-lo chegar a Lisboa são e salvo.

Emoldurei-o e acompanhou-me quando de mudanças de casa, até desaparecer misteriosamente há uns anos. Foi pena, porque gostava do quadro, mesmo que já ligeiramente empalidecido pelos ultravioletas da luz solar. Recordo-o hoje aqui, chamando a atenção para o pormenor dos caçadores. Memória gostosa! Voltarei a Breughel em breve



uma gaivota preocupada

Fotografia: MC

"Se uma gaivota viesse...", como escreveu o poeta. Mas esta gaivota, apanhada "em flagrante" pela minha máquina em Estocolmo, não parece muito feliz por estar "em cima do globo". Pelo contrário, ´revela um semblante preocupado e bisonho. Não é para menos, atendendo aos sinais que, todos os dias, nos chegam, seja da crise económica, dos destemperos sociais, das tragédias humanas ou das catástrofes naturais.

Também no romance de Richard Bach, "Jonathan Livingstone Seagull" (traduzido por Fernão Capelo Gaivota), a gaivota afirma a sua condição, frustrada com o materialismo e o significado da conformidade e da limitação da vida de gaivota. E que dizer da vida dos humanos?

Fica aqui um dos excelentes trechos do filme, com banda sonora de Neil Diamond:

quarta-feira, 10 de março de 2010

os Cranberries em Lisboa


Os Cranberries, quatro irlandeses à beira de fazer quarenta anos de idade, estão hoje em Lisboa, no Campo Pequeno. Sempre gostei desta banda de rock alternativo, que teve o auge nos anos noventa, e que em 2003 fez uma paragem nas suas actividades, as quais retoma agora, com uma tournée que incluíu o nosso país.

Estive há dias a ouvir alguns dos temas desta banda e voltei a gostar. Vale a pena conhecer.


terça-feira, 9 de março de 2010

o Castelo de Almourol

O Castelo de Almourol é um exemplo da passagem da Ordem dos Templários por Portugal. Ainda conserva alguns traços da arquitectura militar templária e tem uma situação curiosa, no meio do Tejo, solitário mas vigilante.

Fica a sugestão para um passeio, num sábado de bom tempo, com direito a um bom almoço em Tomar (recomendo o Chico Elias).

fotografias: MC

Senhor Barqueiro
Quem leva aí
Dao Dim
Na barquinha d'Aladim
                (José Afonso)


segunda-feira, 8 de março de 2010

le mistral gagnant... et la chanson aussi


Carla Bruni e Jean Louis Aubert, aqui no Mistral Gagnant, um belo dueto de amor. O recuperar de uma certa forma de canção francesa... e as palavras ditas nesta Língua surgem sempre, só por si, como melodias.

A m'asseoir sur un banc cinq minutes avec toi
Et regarder les gens tant qu'y en a
Te parler du bon temps qu'est mort ou qui r'viendra
En serrant dans ma main tes p'tits doigts
Pis donner à bouffer à des pigeons idiots
Leur filer des coups d' pieds pour de faux
Et entendre ton rire qui lézarde les murs
Qui sait surtout guérir mes blessures
Te raconter un peu comment j'étais mino
Les bonbecs fabuleux qu'on piquait chez l' marchand
Car-en-sac et Minto, caramel à un franc
Et les mistrals gagnants

A r'marcher sous la pluie cinq minutes avec toi
Et regarder la vie tant qu'y en a
Te raconter la Terre en te bouffant des yeux
Te parler de ta mère un p'tit peu
Et sauter dans les flaques pour la faire râler
Bousiller nos godasses et s' marrer
Et entendre ton rire comme on entend la mer
S'arrêter, r'partir en arrière
Te raconter surtout les carambars d'antan et les cocos bohères
Et les vrais roudoudous qui nous coupaient les lèvres
Et nous niquaient les dents
Et les mistrals gagnants


A m'asseoir sur un banc cinq minutes avec toi
Et regarder le soleil qui s'en va
Te parler du bon temps qu'est mort et je m'en fou
Te dire que les méchants c'est pas nous
Que si moi je suis barge, ce n'est que de tes yeux
Car ils ont l'avantage d'être deux
Et entendre ton rire s'envoler aussi haut
Que s'envolent les cris des oiseaux
Te raconter enfin qu'il faut aimer la vie
Et l'aimer même si le temps est assassin
Et emporte avec lui les rires des enfants
Et les mistrals gagnants
Et les mistrals gagnants

domingo, 7 de março de 2010

o Parque das Conchas

Lisboa tem destas coisas: espaços maravilhosos que foram recuperados e que, felizmente, são frequentados por cada vez mais pessoas.

O Parque das Conchas é um desses lugares. Na Alta de Lisboa, com uma estação de metro à porta, tem um parque infantil bem desenhado, dois restaurantes, esplanada e snack-bar, e é um lugar aprazível para passear e... estar. Recomendo a quem ainda não foi, mal a Primavera apareça, presumo que em força.

fotografias: MC



sexta-feira, 5 de março de 2010

Argentina de ouro

Argentina Santos - "Vida vivida" - extraído do filme "Fados", de Carlos SAura.
Letra e Música de Chico Ávila, compositor e poeta açoriano


Argentina Santos é um ícone do Fado de Lisboa. Espontâneo, simples, intenso, pessoal, castiço. Pontifica na Parrerinha de Alfama, desde 1950 (sessenta anos e tantas gerações!), ali ao pé do Museu do Fado, sendo possível ouvi-la quase todas as noites.

De seu nome Argentina Maria Argentina Pinto dos Santos (duplamente de prata), nasceu na Mouraria, em 1926, tendo gravado o seu primeiro disco em 1960.

Cantando nas Sete Partidas do Mundo, Argentina Santos continua a entusiasmar os lisboetas, os portugueses e os turistas. Ouvi-a pela primeira vez há 5 anos e fiquei encantado.

Fica aqui uma singela homenagem a duas das coisas que Lisboa tem, de excelência: o Fado e Argentina Santos.

Volta atrás vida vivida

Para eu tornar a ver
Aquela vida perdida
Que nunca soube viver


Voltar de novo quem dera
A tal tempo, que saudade
Volta sempre a primavera
Só não volta a mocidade


A vida começa cedo
Mas assim que ela começa
Começamos por ter medo
Que ela se acabe depressa


O tempo vai-se passando
E a gente vai-se iludindo
Ora rindo ora chorando
Ora chorando ora rindo


Meu Deus, como o tempo passa
Dizemos de quando em quando
Afinal, o tempo fica
A gente é que vai passando.


quarta-feira, 3 de março de 2010

Yo-Yo Ma e o fascínio do violoncelo

Yo-Yo Ma, no Prelúdio da Suite para Violoncelo de Bach

Yo-Yo Ma, considerado por muitos o maior violoncelista da actualidade, nasceu em França, no seio de uma família de origem chinesa com forte influência musical - a mãe era cantora e o pai maestro e compositor - em Outubro de 1955 (como este humilde escriba!). Começou a tocar o violoncelo aos quatro anos e deu um primeiro concerto aos seis, altura em que a família se mudou para Nova Iorque.

Aos oito anos já aparecia na televisão, ao lado de Leonard Bernstein. A partir daí foi o sucesso, progressivo e merecido. Casado com uma violinista, tem dois filhos e é Embaixador da ONU para missões de solidariedade e boa-vontade.

Bach parece ser "o fato que lhe assenta melhor", embora domine qualquer compositor. Tem gravado diversos discos em conjunto com outras áreas do saber musical, desde o jazz a duetos com o cantor Bobby McFerrin )lembrar-se-ão do "Don´t worry, be happy!"), mas nestas gravações fazendo uso das suas qualidades de contratenor.


Aqui fica uma gravação inesquecível dos dois, na Ária em Sol, de Johan Sebastian Bach:


 
(sei que o Miguel Leal não gosta de dedicatórias, mas nunca mais consegui ouvir violoncelo sem pensar nele. Um dia destes publicarei o admirável texto que escreveu, intitulado "O Violoncelista")

terça-feira, 2 de março de 2010

as cores do Inverno

Fotografia tirada na Eslovénia, no ano passado, para mostrar que a cor irrompe sempre, mesmo com frio e chuva.

Este "Inverno do nosso descontentamento" já dura há quatro meses, batendo todos os recordes, designadamente o mais sinistro: "menos dias de sol". A estação típica mediterrânica tem muita chuva, mas também tem muito sol. Este ano, não. E muita gente (vejo pelas crianças) sente tristeza, desconforto e falta de esperança, o que contribui também para ver as catástrofes e as podridões com uma cor ainda mais negra. Pensemos, nesta altura, que melhores dias virão, e que a cor marca sempre presença. Pelo menos na Natureza...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Frédéric Chopin - 01/03/1810

Obrigado, Chopin. Apenas e tão só... por tudo. E parabéns pelos teus 200 anos!