quarta-feira, 28 de abril de 2010

tranquilamente, à espera do futuro...

Nazaré, Março de 2010.

Uma gaivota espera que se faça luz, ou que o allumeur de réverbêres do Princepezinho apareça e dê o fôlego necessário ao presente.

O céu está azul, mas as nuvens sobre nós parecem adensar-se.

Esperemos, como a gaivota...

domingo, 25 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bucólico como a serra ou o vale

A Sera de Montejunto lá está, vigilante. Mas o vale, cá em baixo, explode em flores e em verduras, plenas de água e de viço, de cor e de vida. O campo, na Primavera, é magnífico, mas porventura é esta beleza que irá proporcionar a secura do verão, os tons pastel do Outono e a aparente acalmia do Inverno.

Cada vez me fascina mais o ciclo de vida anual da Natureza.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

da minha janela as vejo...


...a estas árvores, que me recordam a beleza da Natureza. Tenho mesmo muita sorte!

E aqui fica um Fado, que escrevi, sobre o assunto:

Despertar - II



Os parques e os jardins da minha vila
Que teimosamente designo por aldeia
Porque apesar de cidade a sinto minha
E sendo minha, é meu berço e epopeia

Encheram-se de flores, graças tranquilas,
Com mil tons, com mil viços e odores
Assim acordou a Lisboa alfacinha
Numa paleta de cheiros e de cores.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

povo...


Por mero acaso, ouvi na Antena Um este fado da Amália, que é um dos que mais gosto. Aqui fica a partilha, para recordar a Diva.

terça-feira, 20 de abril de 2010

menino das sete cores

Da janela de minha casa, com todas as cores, fazendo um arco completo. Não encontrei o caldeirão com as moedas de ouro. Algum Leprechaun ou Rumpelstiltskin terá ficado com ele... mas a visão da beleza das sete cores ninguém ma tira! Privilégios de quem vive o mês de Abril!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Rua do Carmo

A vista do Miradouro do Elevador de Santa Justa é muito boa. Mas gostei particularmente desta visão da Rua do Carmo, em que as pessoas são um elemento decorativo que merece um olhar demorado. Tão simples...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a um Vulcão adormecido

Foto: banco de dados do Google

A um Vulcão Adormecido
(Pico, visto da Horta)
a propósito da erupção, na Islândia, que está a desgovernar a vida dos europeus

Olho-te
Dormes
Vejo-te
Dormes


Sortilégio
Empírico
Privilégio

Onírico

Olho-te
Dormes
Vejo-te
Dormes

Utopia
Ácida
Fantasia
Plácida

Como uma esperança,
remanescente.
Até acordares
Subitamente
E vomitares
A lava e a morte incandescente


Olho-te
Dormes
Vejo-te
Dormes

Como uma criança,
Tranquilamente.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pedro Abrunhosa


Pedro Abrunhosa, cantor-"maldito" para alguns, "sagrado" para outros, tem músicas brilhantes.

Esta é das que gosto mais, sobretudo pelo dueto e pelo romantismo da música e da letra. Mas há mais.

Hoje sai um novo álbum, "Longe" - aguardo com expectativa...

Aqui em baixo a versão cantada, no Programa "Ídolos", com Filipe Pinto.


sábado, 10 de abril de 2010

hesitação...

Estes dias, tão bonitos, convidam a andar de bicicleta. A preguiça tem sido a principal adversária. mas os campos, com flores por todo o lado e as árvores em plena floração, chamam por nós.

A ver se, apesar de as pernas doerem depois de cem metros mal medidos, o gozo se sobrepõe ao sofrimento.

PS. a fotografia foi tirada em Copenhague, onde toda a gente anda de bicicleta. Claro que é plano e as facilidades rodoviárias são muitas, mas é tudo uma questão de hábitos e cultural...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

dilema ético

Gostei especialmente destas nuvens negras, porque realçam ainda mais a luz que teima em surgir. Ou será que elas encobrirão tudo, transformando em breu a magia do céu? Sortilégios de um dia de Primavera...

terça-feira, 6 de abril de 2010

ah, España!


Um instrumento solista original. Mas espectacular. Em cima o "Fandango" de Boccherini. Abaixo "La boda de Luís Alonso" de J Gimenez.


Gracias ao Filipe Snr, pela ideia.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

David Crockett

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
 
Miguel Sousa Tavares, em "Não te deixarei morrer, David Crockett".
 
 
Recomendo a leitura deste livro, que tem textos de uma enorme sensibilidade, por vezes pungente e dolorosa. Faz pensar, faz chorar, faz rir, faz sentir.
 

domingo, 4 de abril de 2010

ovos e coelhos

Os rituais associados à Páscoa, como os dos ovos cozidos decorados e da lebre da Páscoa (que não um coelho, embora este fosse mais fácil de arranjar e mais do conhecimento das crianças), são tradições pagãs, mas curiosamente assumidas por uma cultura religiosa cristã. Dir-se-ia que contrabalançavam os dogmas da Igreja e os rituais pesados dos dias de Páscoa.

A lebre, por exemplo, era assumida como um elemento de fertilidade - a leitura das entranhas da lebre, pelos sacerdotes e sacerdotisas, permitia "saber o futuro". Eostre era a deusa do Amanhecer, da Primavera e da Fertilidade, e gostava muito de crianças. Um dia, para divertir as crianças, Eostre transformou um pássaro numa lebre, o seu animal preferido. As crianças ficaram maravilhadas, mas começaram a ver que a lebre não estava feliz, dado que não podia cantar nem voar. Pediram então a Eostre que a desencantasse, mas não era possível. Talvez se esperasem pela Primavera seguinte, quem sabe?. Quando esta chegou, a lebre conseguiu ser pássaro, por breves momentos, e pôs ovos. Muitos ovos, Mas depois, tendo voltado a ser lebre, ficou condenada a pintar os ovos e a distribuí-los pelas crianças do mundo inteiro. Eostre ficou triste, e arrependida da sua leviandade. E então desenhou uma lebre na Lua (que ainda se pode ver nas noites de Lua-Cheia), para que todas as pessoas do mundo se lembrassem que não devem jogar com a vida e o percurso de vida dos outros.

É por isso que a lebre de Eostre, que personifica a Páscoa, está associada à Lua, de onde vem a fertilidade, já que a Lua é mulher e os meses lunares correspondem aos ciclos menstruais ou à gestação.

Eostre originou Esater, nos países anglosaxónicos, e Ostern, nos germânicos. Em alemão antigo, por exemplo, Eostre ou Ostera significa "Deusa da Aurora" ou Vénus, o planeta-mulher, que são o paradigma da Primavera, da ressureição e do renascimento.

Os nossos meninos receberam ovinhos de chocolate do coelhinho da Páscoa - no fundo, não há rituais ou tradições "certas" ou "erradas", mas sim adaptadas ao tempo e assimiladas e entrecruzadas com as já existentes. E, em jeito de "guarda-chuva", a Primavera e a Fertilidade velam para que tudo corra bem. Amén!

(imagens: Google)

sábado, 3 de abril de 2010

Páscoa - tempo de Aleluia


E, claro, em Sábado de Aleluia, o Aleluia do Messias, de Handel, a Oratória HWV 56, composta em 1741 e que narra a vida de Jesus. Aqui na versão dos polacos ''Poznanskie Slowiki'', ("Os Rouxinóis de Poznan").

Aleluia é uma transliteração do hebraico הַלְלוּיָהּ. Hallelu(הַלְּלוּ) significa "Louvem! Adorem!" ou "Elogio"; a segunda parte da palavra é Yah (Jah) (יָהּ), uma forma abreviada do nome de Deus, Javé.

A palavra de louvor a Deus faz parte do culto cristão, mas também de outros, como o judaico. E como representa um agradecimento a Deus, é expresso como interjeição quando finalmente algo que estava para ser feito, ou era esperado, se cumpriu: "Aleluia!" - exclamamos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Páscoa - tempo para os desejos de paz de Vivaldi


Terminando estes clips sobre a Páscoa, fica aqui o Et in terra pax hominibus, do Gloria em Ré maior, RV 589, de Vivaldi, pela Academia de Música Antiga e o Coro do King's College de Cambridge, sob a direcção de Stephen Cleobury.

Apesar de não ser católico e de ver em Jesus um apóstolo da não-violência e um homem de uma bondade extrema, creio que estes momentos devem servir para a reflexão, mesmo que sejam imposição da cultura judaico-cristã em que nos inserimos. Questionarmo-nos sobre percursos de vida exemplares ou sobre música bela é sempre bom, faz bem e torna-nos melhores.

Boa Páscoa!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Páscoa - tempo para as Palavras de Cristo, segundo Haydn


E aqui fica, agora de Haydn, uma pequena versão em orquestra de câmara da Oratoria: "As sete palavras de Cristo na cruz", que foram, afinal, sete frases proferidas no Golgota.

Haydn recolheu-as estas frases dos quatro evangelistas (dado que nenhum as registou a todas), e terão sido proferidas em aramaico, depois traduzidas para grego e finalmente para latim.

São elas que pontificam nas Vias Sacras.

1. Pater, dimitte illis, quia nesciunt, quid faciunt - Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem - Lucas. 23: 34

2. Hodie mecum eris in Paradiso - Hoje estarais comigo no Paraíso - Lucas 23: 43
3. Mulier, ecce filius tuus - Mulher, abraço o filho que é teu -  João 19: 26-7

4. Deus meus, Deus meus, utquid dereliquisti me? - Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Marcos 15: 34 e Mateus 27: 46

5. Sitio - Tenho sede - João 19: 28

6. Consummatum est - Está tudo acabadoJoão 19: 30

7. In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum - Nas tuas mãos entrego o meu espírito - Lucas 23: