quinta-feira, 20 de maio de 2010

La Barbe-à-Papa


Na sexta-feira, na Feira do Livro, os meus filhos resolveram experimentar uma coisa que nunca tinham comido - e eu autorizei: algodão-doce.

Não podem imaginar como ficaram, de roupas a cabelo, tudo envolto numa "nuvem" cor-de-rosa quase como a fuligem do vulcão. Os lavabos da Feira estavam disponíveis, felizmente, mas o gozo foi enorme e creio, também que lhes serviu de emenda.

Aproveitámos para conversar sobre o algodão-doce, perguntaram como se faz e aproveitei para lhes tocar a música de Stephan Reggiani, cantada pelo pai: La Barbe-à-Papa, que é como quem diz: o algodão-doce da nossa infância. Eles, aliás, já eram fãs do Barbapapa, um excelente boneco de origem francesa de uma história em que é vincado o direito à diferença.

O que não lhes contei foi o drama de Stephan, que em 1980 se suicidou, aos 33 anos (a idade dos génios)depois de um percurso de vida complicado e de um concerto em Paris que correu mal. A morte do filho marcou Reggiani-pai de uma forma incontornável, agravando o alcoolismo. Um ano depois, fazer um disco em homenagem ao filho ("L´armée du brouillard") serviu para o cantor começar a sair da depressão.

Fica aqui a referência, e só agora reparo que comecei uma Entrada em tom feliz e a acabei de um modo tão sombrio... então, recuperamos o tom alegre do ínício:


3 comentários:

M.Júlia disse...

Bela associação do algodão doce à canção de Reggiani. Dar a conhecer
às crianças esta magnífica canção
é de louvar e acredite que me
enterneceu. Adoro Reggiani e
sempre que alguém o lembra eu
comovo-me.

Virginia disse...

Reggiani é eterno. A sua voz comove-me até as lágrimas, sem querer ser piegas. Experimentar estas coisas com os filhos é maravilhoso, ficam na nossa memória para sempre. Ainda me lembro do sabor das afrturas no S. João, ainda agora custa-me passar essa quadra sem comer farturas....

Lindo o Zé e o algodão.

Anónimo disse...

.
Reggiani... c'est Reggiani:

Le temps qui reste

Combien de temps...
Combien de temps encore
Des années, des jours, des heures, combien ?
Quand j'y pense, mon coeur bat si fort...
Mon pays c'est la vie.
Combien de temps...
Combien ?

Je l'aime tant, le temps qui reste...
Je veux rire, courir, pleurer, parler,
Et voir, et croire
Et boire, danser,
Crier, manger, nager, bondir, désobéir
J'ai pas fini, j'ai pas fini
Voler, chanter, parti, repartir
Souffrir, aimer
Je l'aime tant le temps qui reste

Je ne sais plus où je suis né, ni quand
Je sais qu'il n'y a pas longtemps...
Et que mon pays c'est la vie
Je sais aussi que mon père disait :
Le temps c'est comme ton pain...
Gardes-en pour demain...

J'ai encore du pain
Encore du temps, mais combien ?
Je veux jouer encore...
Je veux rire des montagnes de rires,
Je veux pleurer des torrents de larmes,
Je veux boire des bateaux entiers de vin
De Bordeaux et d'Italie
Et danser, crier, voler, nager dans tous les océans
J'ai pas fini, j'ai pas fini
Je veux chanter
Je veux parler jusqu'à la fin de ma voix...
Je l'aime tant le temps qui reste...

Combien de temps...
Combien de temps encore ?
Des années, des jours, des heures, combien ?
Je veux des histoires, des voyages...
J'ai tant de gens à voir, tant d'images..
Des enfants, des femmes, des grands hommes,
Des petits hommes, des marrants, des tristes,
Des très intelligents et des cons,
C'est drôle, les cons ça repose,
C'est comme le feuillage au milieu des roses...

Combien de temps...
Combien de temps encore ?
Des années, des jours, des heures, combien ?
Je m'en fous mon amour...
Quand l'orchestre s'arrêtera, je danserai encore...
Quand les avions ne voleront plus, je volerai tout seul...
Quand le temps s'arrêtera..
Je t'aimerai encore
Je ne sais pas où, je ne sais pas comment...
Mais je t'aimerai encore...
D'accord ?