sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

dueto de amor


Mario del Monaco e Renata Tebaldi, nesta ária pungente de despedida da Vida, O Terra addio. Da Aida, de Giuseppe Verdi. Os amantes impossíveis, Radamés, o valente general egípcio, e Aida, a escrava etíope.

O amor vence, no final, mesmo que a morte os leve.

3 comentários:

Virginia disse...

Adoro duetos de amor ....ainda hoje ouvi o Fantasma da Ópera e algumas canções de amor.


Gosto do nome Radamés, lembro-me do Avô que me contou a história toda da Aida, quando eu tocava a marcha triunfal com os dedos todos no piano. Os FF - fortissimo - eram um regalo!

PS. Radames, faz-me lembrar Radamel...nome que dá sorte :))

Mário disse...

O avô dos meus filhos maiores, que era uma pessoa excepcional, na sua juventude cantava no coro de São Carlos. E quando era a Aida, na parte em que o coro repete, várias vezes: "Radamés!", combinaram gritar todos "Bardamés!" - o público não dava por isso e eles gozavam que se fartavam.
Tenho saudades dele e das histórias que tinha sempre para contar, no seu extraordinário percurso de vida, de mineiro nas minas de Aljustrel, em criança, até administrador do Ritz. Era um melómano desde a infância, mesmo vivendo em condições más e trabalhando para estudar.

miguel disse...

Essa história do "Bardamés!" é de chorar a rir.

Tenho uma relação estranha com a ópera: acho que é uma arte-maior, a começar nos cantores, que são uma elite entre elite - o canto lírico é uma área multidisciplinar naquilo que requer de "estofo" cultural e , tecnicamente, é incrivelmente exigente, apelando a um conjunto de competências que não estão a acessíveis ao comum dos mortais.

Por outro lado é ingrata: os grandes clássicos operáticos só podem ser devidamente apreciados mediante um processo de " aculturação" e nem mesmo a existência deste é garante da existência de muitos amantes da arte.

Já para não falar das óperas comtemporâneas: vi e ouvi , há uns anos, a do Vitorino de Almeida e no fim, aquela fauna de frequentadores ( melómanos, snobs e gays )de São Carlos brindou obra e compositor com a maior pateada que já alguma vez ouvi. Uma polémica enorme, como aquela malta gosta.

A opereta talvez seja uma excelente iniciação para quem tenha interesse em " chegar" à ópera. Quando era míudo não via chegar o dia em que finalmente assisti à representação da " Víúva Alegre " do Franz Léhar, com um elenco de cantores portugueses. Foi em São Carlos, estava lá a fauna do costume, mas também estava eu e um público entusiasta ,amante daquelas bonitas cançonetas e do ar muito ateatrado da encenação, representação e também do próprio argumento. Foi fantástico e a música é simples e linda.

p.s.- Declaração de interesses :Tive um mentor que me quis puxar para a paixão da ópera, não sabia eu, ainda, falar. Esse mentor foi, posteriormente, director artístico do TNSC, da ópera de Pequim e organizador do Festival de Música de Macau, fora muitos outros apontamentos para currículo.