quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Utopia - (para a Virgínia)


Utopia
Não-lugar
Da sapiência,
Pilar
Da existência
Sem limites.
Utopia
Lugar
De ousados sonhos,
Lugar
Onde o medonho
É apetite.
Utopia
Lugar
Das harmonias
Onde até
Os deuses
Têm coração
Utopia
Lugar
Das fantasias
Onde a humana condição
Existe
Livre

4 comentários:

Virginia disse...

Obrigada, Mário.

Tenho de digerir cada uma das linhas do teu poema, de modo a saboreá-lo devidamente.

Nunca me dedicaram um poema. És o primeiro.

Mil beijos

miguel disse...

Diz a Virgínia, no seu blogue, que ser utópico " é um mal ". Bom, de facto, não sei onde se situa essa cidade dos utópicos. Não lhe podemos aceder nem de avião, carro , barco ou comboio. Ñão lhe conhecemos as coordenadas. Não existe uma única fotografia, daquelas tiradas com camera digital.

Mas podemos decobrir-lhe sinais no rosto do desconhecido com quem nos cruzamos, numa canção, nas palavras,nas letras que se escrevem, no rio que escorre da montanha e na planície que ondula ao vento, na cidade dos prédios e dos jardins, numa côr, num desenho, numa acção concreta, numa causa, mas também num dissabor, no Haiti, na guerra, na perda, nessa ideia divulgada que " 50% de nós são filhos-da-puta" - tudo junto, como se fôra uma oportunidade.

Decididamente, quem já foi feliz, é utópico. Portanto, ser utópico, é onde cabe tudo, menos a consciência de ser " um mal".

E , quanto a poemas, Virgínia, também a mim ( penso ) nunca me dedicaram um poema. Mas, com uma diferença : NÃO QUERO QUE ME DEDIQUEM UM POEMA, NÃO ME FAÇAM UMA COISA DESSAS. :)))))) ( e apesar disso sou feliz!)

p.s. - mesmo que seja um poema que exalte os meus méritos atléticos...NEM ISSO!!!

Anónimo disse...

O poema é fabuloso e acho que a Virgínia o merece.

Ai de nós se a utopia não existisse...

Virginia disse...

Talvez tenha mentido. Penso que o meu ex- me dedicou muitos dos seus poemas - dezenas encerrados no PC a sete chaves, só que pensar nele a divulgá-los seria mesmo, mesmo utópico!! :)