sábado, 20 de fevereiro de 2010

magret de pato - II

Reconheci-te, velho amigo
Numa brasserie em Paris
Por que te ris?
É verdade
Revi-te com saudade
Revi-te, magret de pato
Pato de Sintra
À minha mercê
Feito em magret
Perguntando com calma
Porquê.
Porquê sempre ele
Pato fiel
A dar o corpo e a pele
Para me salvar a alma


Respondo sorridente
Velho magret
Velho pato.
Os porquês
Dos desígnios da gente
Não passam pelo cliente
Nem pelo prato...


E enquanto te saboreio,
Numa brasserie de Paris
Penso nas framboesas
Da Sintra imperatriz


Pobre pato
Nobre pato,
Comido com anseio
Em suave recato
Como um galanteio
A uma bela princesa


Ou apenas uma ingénua subtileza
Elegância e leveza
De um conto feliz.

MC

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